22.04 | 23.07.2023

S.M.S.: shit must stop, 1968

 

Criada em Nova Iorque por William Copley (1919-1996), a publicação Shit Must Stop (S.M.S.) resiste à fácil categorização conceptual e histórica. Publicadas entre Fevereiro e Dezembro de 1968, de periodicidade bimensal e com um custo de $125 por subscrição, Copley idealizou as S.M.S. como um território ambíguo entre o formato tradicional de uma publicação e a caixa portfolio, do género Boîte-en-valise de Marcel Duchamp que, aliás, incentivou Copley à criação da mesma. As S.M.S. chegavam por correio em pequenas caixas que continham no seu interior edições e múltiplos concebidos por vários artistas, escritores e músicos convidados. Independentemente do seu estatuto e género artístico, Copley pagaria $100 a cada um pela sua contribuição. Este espírito democrático seria também destacado pela elaboração de edições com 2000 exemplares. A natureza colaborativa, solidária e multidisciplinar está, aliás, de acordo com o período histórico e momento cultural em questão.

Em exposição encontram-se 43 objectos (incluindo múltiplos, uma caixa e outros elementos) seleccionados de um total de 85 divididos por 6 caixas. A escolha destes múltiplos prendeu-se com a impossibilidade física de mostrar a colecção completa quando os mesmos são expostos fora das caixas e portfolios e lhes são activadas as suas condições objectuais. Assim, foi escolhido um conjunto heterogéneo que melhor ilustrasse a natureza da publicação, as relações interpessoais e geracionais, bem como as diferentes propostas artísticas para os objectos e que incluem o próprio Copley, Aftograf, William Anthony & Congo (a Chimpanzee), Edward Bereal, Su Braden, James Lee Byars, Bruce Conner, Ronoldo Ferri, Edward Fitzgerald, Hollis Frampton, John Giorno, Richard Hamilton, Dick Higgins, Joseph Kosuth, Julien Levy, Lee Lozano, Angus Maclise, Walter de Maria, Sol Mednick, Bruce Nauman, Adrian Nutbeem, Roland Penrose, Irving Petlin, Mischa Petrov, Bernard Pfriem, Lil Picard, Jean Reavey, Nancy Reitkopf, Terry Riley, Robert Rohm, Mimmo Rotella, William Schwedler, Paul Steiner, Bernar Venet, Diane Wakoski, Robert Watts, Hannah Weiner e Lawrence Weiner.

 

Created in New York by William Copley (1919-1996), Shit Must Stop (S.M.S.) is a publication that resists easy conceptual and historic categorization. Published bi-monthly from February through December 1968 and with a subscription cost of $125, Copley envisioned S.M.S. as an ambiguous ground between the traditional format publication and a portfolio box of the kind of Marcel Duchamp’s Boîte-en-valise, who encouraged Copley to its creation. The S.M.S. issues would arrive by mail in small boxes and, inside, several editions and multiples conceived by various guest artists, writers and musicians could be found. Regardless of their merit and artistic genre, Copley would pay each one $100 for their contribution. This democratic spirit would also be highlighted by the 2,000-specimen sized edition. Its collaborative, solidary and multidisciplinary nature is, in fact, in line with its historical period and cultural moment.

On display one can find 43 objects (including multiples, a box and other elements) selected from a total of 85 which were originally divided into 6 boxes. The selection of these multiples had to do with the impossibility of displaying the full collection when exhibiting them out of their boxes and portfolios and while activating them as objects. Therefore, a heterogeneous group was selected that would best illustrate the nature of the publication, the interpersonal and generational relationships it cultivated, as well as the different artistic approaches, including that of Copley himself, Aftograf, William Anthony & Congo (a Chimpanzee), Edward Bereal, Su Braden, James Lee Byars, Bruce Conner, Ronoldo Ferri, Edward Fitzgerald, Hollis Frampton, John Giorno, Richard Hamilton, Dick Higgins, Joseph Kosuth, Julien Levy, Lee Lozano, Angus Maclise, Walter de Maria, Sol Mednick, Bruce Nauman, Adrian Nutbeem, Roland Penrose, Irving Petlin, Mischa Petrov, Bernard Pfriem, Lil Picard, Jean Reavey, Nancy Reitkopf, Terry Riley, Robert Rohm, Mimmo Rotella, William Schwedler, Paul Steiner, Bernar Venet, Diane Wakoski, Robert Watts, Hannah Weiner and Lawrence Weiner.